30/03/2011

J. #26

Como se eu suportasse ver-te abraçado a outra.
Como se eu suportasse ver-te sozinho ou rodeado de amigos, a sorrir sabendo que já não me tinhas nem que tu eras meu?
Como se pudesse algum dia fazer sentido ver-te sem a aliança que tem o meu nome.
Na verdade, como se neste mundo alguma coisa fizesse sentido separada de ti.
Era como separar o mar da areia, a lua do luar, era como quebrar o planeta ao meu, pela linha do equador.
No dia em que não estivermos juntos, os meus pés não terão chão para caminhar, nem o meu corpo terá pés onde assentar. As nuvens hão-de cair com o peso de tijolo, o mar há-de tomar a forma de gelo, as flores hão-de vestir-se de luto e o sol há-de perder-se do céu.
Os meus dedos não podem não ter os teus entre eles. E a minha vida não pode tornar-se um silêncio insuportável sem a tua voz, nem o meu corpo pode ficar vazio sem o teu, nem a minha alma pode tornar-se um nada, nem eu me posso tornar só um corpo.
A minha alma fica completa quando a tua está por perto, está cá dentro, enche-me do que lhe quiseres chamar. Chama-lhe amor. Acho pouco. Acho que quatro letras não definem nada. Nem quatro frases, nem quatro páginas, nem quatro vidas.
Mas a minha alma sem ti... Nem meia alma é, e meia alma não muda mundos, não constrói sonhos da maneira que nós costumávamos construir, quem tem meia alma não beija como nós costumávamos beijar, não brinca como nós costumávamos brincar..
Eu não sei. Esgotou-se tudo. Tudo menos o que eu desejo que se esgote. O que sinto. Isto cá dentro. Esta força que me faz não querer largar-te nunca.
Um dia eram só faíscas à nossa volta, leves cordas finas cor-de-rosa, azuis e amarelas, que nos envolviam aos dois e que, só daquela leveza, nos mantinham unidos.
E de repente, são correntes de aço que o meu coração não consegue partir. Porque o meu coração tem a força das correntes, porque o meu coração são as próprias correntes, e este braço de ferro não se move nem um milímetro, não cede para lado nenhum, permanece completamente imóvel.


Faz-me um favor e parte as correntes, deixa-nos ir, deixa o mundo perder o sentido.
Ou então, traz-me de volta as nossas cordas coloridas.

13/03/2011

só me vem sexo à cabeça

Quantas vezes é que alguém diz esta frase? Ou pelo menos, pensa nela?
Eu, hoje, já pensei nela umas quantas vezes. Disse apenas uma. A pior parte? É 100% verdade.
Sexo.
Sexo na cama, no sofá, na bancada da casa-de-banho, no duche, no carro, na rua.
Sexo por todo o lado.
Sexo é bom, mas é diferente quando é amor. Sexo é diferente de amor. Amor implica sexo tantas vezes. No nosso caso, quase todas as vezes. Antes, nunca tinha acontecido. Agora, se há amor, há sexo.
Nunca me aconteceu a mim, mas provavelmente basta paixão, álcool, desejo, drogas, música, luzes. Às vezes basta um olhar bem dirigido e um lugar discreto. Um toque, uma mensagem, uma chamada. Qualquer sinal.
Entre nós, basta um beijo. Basta um toque na mão, uma respiração mais profunda, um aperto mais forte.
E um lugar e de preferência um preservativo - não que lhe demos uso a grande parte das vezes.

Só me vem sexo à cabeça. E só nós e Deus sabe porquê.

10/03/2011

matemática, 20 + you

Vou anular matemática. Basta-me admitir a mim própria que sou realmente preguiçosa, que os testes psicotécnicos são uma treta, que se calhar afinal não sou inteligente (mas esta eu já superei) e também me falta receber os meus próximos 3 valores.
Depois disso, vou anular matemática.
Entretanto, já aprendi a belíssima da função composta - Deus, só quero que me salves de tudo isto - e percebi que:


J(x) após Jen(x) se representa por: J(x)o Jen(x), o que se traduz em
J[Jen(x)], o que por simplificação se torna:
JJen(x)


E se tudo naquelas aulas fosse assim, eu era aluna não de 3, mas de 20.