16/10/2011

BACK TO LIFE

Bem, a minha vida parece um filme.
Mas um granda filme, mesmo.
Acho que nunca antes tinha tido um Verão tão atribulado, e mesmo já estando em Outubro, parece que nunca mais acaba.
De qualquer forma, agora vou voltar à vida.
Mais que sabido é que a minha vida mora no Porto.
Vivo longe dela mas, de vez em quando, vou vê-la, visitá-la, beijá-la.
Mas é sempre melhor ter uma vida e sabê-lo mesmo quando não a temos por perto, do que tê-la e não a ter.
Há loucos à solta, há imensos, mais do que podemos passar. E quando se quer conhecer o mundo e a gente, quando se dá confiança a mais, quando se crê demais, claro que a probabilidade de nos cruzarmos com ele aumenta.
A verdade, é que sou o tipo de pessoa que sente compaixão pelos loucos, que os quer abraçar e curar, amar e dizer que vai ficar tudo bem.
E podia escolher esse caminho. Se não houvesse o Porto, se não houvesse um amor mil vezes maior que a compaixão.
E não o escolho por opção ou por segurança.
Escolho-o porque esse amor me salvou, porque ELE é o meu futuro marido, se ainda quiser casar comigo, se ainda me quiser amar depois de saber que há-de casar com uma grandessíssima estúpida.


De qualquer forma, o tempo cura tudo e é só isso que tenho que dar a esta situação.


Porque EU VOLTEI.

Porto @ 10

Meu amor, 


é a última vez que te escrevo.
Tinha dito, há apenas nove cartas atrás, que te escreveria até te esquecer, que talvez te escrevesse para sempre.
Pois bem, pelos vistos, menti.
Agora, desisti de te escrever e de te amar sem ninguém saber - só tu e, ainda assim, sabia-lo cheio de dúvidas, que tinhas todas as razões para as ter.
Sinto-me fraca, porque o sou, e estúpida bem... ambos sabemos que o sou ainda mais.
De qualquer maneira, agora vou atrás de ti.
Agora vou amar-te de corpo inteiro e assim que puder, o mundo inteiro há-de saber que errei e que agora, depois de tanto tempo que deitei fora como se não fosse tempo de vida, voltei a dar passos na direcção certa.
Não decidi voltar a amar-te só porque as coisas correram mal; não decidi voltar a andar de comboio só porque as motas e os carros talvez não resultem tão bem como pensava.
Sempre te amei e sempre quis andar de comboio. Só que andava cega. E mesmo escrevendo e pensando todos os dias que te amo e que te queria mais que ao mundo inteiro, não o fiz. Palavras não provam nada.
Mas hei-de ir, e desta vez não há nada que vá mudar a minha intenção.
A minha intenção é ser feliz.
E só há uma maneira de viver assim, feliz.
Porto. 


Com todo o meu amor, para que voltes a acreditar em mim,


Sempre tua, Inês                                                                                                    16/Outubro/2011

02/10/2011

Porto @ 9

Estou a perder-te.
Devagar, ou talvez mais depressa do que penso. Se calhar já te tinha perdido sem saber.
Se calhar nunca te tive. Diz-se que quando aquilo que um dia foi nosso não regressa, nunca foi realmente nosso.
Honestamente, acho que vamos voltar, um dia.
E custa-me pensar que se calhar até já disseste coisas bonitas a outra, - certamente mais inteligente que eu - beijaste outros lábios, acariciaste outros cabelos.
E se ainda não aconteceu, há-de acontecer e disso não tenho a menor dúvida.
E acredito sinceramente na importância que tive para ti: provaste-mo e mereces o meu reconhecimento. Mas quando se é jovem, quando se quer tanto sentir paixão, quando o amor está à nossa espera em cada esquina, não se pode amar para não esquecer. Não se pode parar, não há travões.
E hás-de amar alguém, hás-de esquecer-me.
E tudo porque eu fui estúpida, e sou todos os dias, porque sei que a cada segundo que vivo tu também vives, e corro sempre o risco de te perder, corro o risco que alguém te mude, que alguém te ame melhor do que eu te soube amar.
E dói-me tanto que escrevê-lo me faz chorar, que pensar me sufoca, que o meu estômago se contorce, o coração aperta.
Foi escolha minha, tudo isto, e chorar e sofrer e saber que hás-de amar e ser tão amado quanto mereces, foi escolha minha.       
                                                                                                                                2/Outubro/2011