16/10/2011

Porto @ 10

Meu amor, 


é a última vez que te escrevo.
Tinha dito, há apenas nove cartas atrás, que te escreveria até te esquecer, que talvez te escrevesse para sempre.
Pois bem, pelos vistos, menti.
Agora, desisti de te escrever e de te amar sem ninguém saber - só tu e, ainda assim, sabia-lo cheio de dúvidas, que tinhas todas as razões para as ter.
Sinto-me fraca, porque o sou, e estúpida bem... ambos sabemos que o sou ainda mais.
De qualquer maneira, agora vou atrás de ti.
Agora vou amar-te de corpo inteiro e assim que puder, o mundo inteiro há-de saber que errei e que agora, depois de tanto tempo que deitei fora como se não fosse tempo de vida, voltei a dar passos na direcção certa.
Não decidi voltar a amar-te só porque as coisas correram mal; não decidi voltar a andar de comboio só porque as motas e os carros talvez não resultem tão bem como pensava.
Sempre te amei e sempre quis andar de comboio. Só que andava cega. E mesmo escrevendo e pensando todos os dias que te amo e que te queria mais que ao mundo inteiro, não o fiz. Palavras não provam nada.
Mas hei-de ir, e desta vez não há nada que vá mudar a minha intenção.
A minha intenção é ser feliz.
E só há uma maneira de viver assim, feliz.
Porto. 


Com todo o meu amor, para que voltes a acreditar em mim,


Sempre tua, Inês                                                                                                    16/Outubro/2011

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