30/12/2010

J. #11

Nós sentimos. Eu senti.
Eu quis e disse-o em voz alta.
Quero que o nós seja eterno. Já o quis antes, com alguém que não tu, já acreditei antes.
Eu sei como é.
Mas, sempre que o D me dizia que queria ficar comigo para sempre a minha resposta sempre foi a mesma: para sempre é muito tempo.
Eu sei que estas coisas passam, é assim quando se tem a minha idade, vêm e vão, parece o verão ou a época de exames.
No entanto, és diferente. Foste o primeiro a quem disse "eu quero".
Voltei atrás. Pois claro que voltei atrás. É assim que sou, não consigo dar passos maiores que a perna. Tenho uma coisa importante por dizer. 
Não quero que seja assim. Os sonhos têm que ser realizados sem nada de menos bom em mente, para a recordação ser perfeita. Porque recordar é viver, e quando eu reviver tudo isto, quero saber que não havia nada a mais nem nada a menos.
É amanhã.
O fim de ano dá-me força para estas coisas, e o discurso do "não quero passar o ano sem te dizer isto.." não é só uma desculpa, é a realidade.
Não há outra ocasião em que ganhe tomates para falar. É amanhã ou nunca, e nunca não pode ser.


P.S. A nossa tarde, como todas, foi fantástica. Mas hoje eu disse-o: eu quero.

15/12/2010

J. #10

Fazes-me falta e sem ti
Não faço sentido
Tenho saudades tuas no instante em que vais
Quero voltar
Quero puxar-te
Quero ficar contigo
Para sempre.
Quero morar contigo
Para saber que mesmo que o dia tenha mil horas
Quando chegar a hora de regressar
Regressarás para mim.

Quero fugir contigo
O lugar é escolha tua.
O meu lugar é contigo
Onde estiveres eu estou e
É perfeito.

12/12/2010

faz o que te vai na mente

Voltas sempre.
Acho que, mais cedo ou mais tarde, nos vamos reencontrar, ambos vamos acordar para a vida e perceber: nasci para ti, nasceste para mim, e por muito que gostemos dos outros, somos diferentes de tudo o resto.
Não estou certa disto, estou apenas certa de que somos diferentes.
Temos uma história imensa para trás, de tal modo longa que há muita coisa que não recordamos. Numa destas noites, fomos recordar tudo o que fomos para o jardim, à noite, debaixo das estrelas, uma estrela cadente atravessou-se, tanta coisa, foi tanto, foi demais para mim.
Há uns três anos, a nossa música dizia:


Tira a roupa, deita fora
Enquanto beijo a tua boca, sem demora
Tira tudo, fica nu
Quero-te agora, a noite é toda tua
Não haverá distâncias entre nós
Estaremos 2 em 1, a sós
Por baixo dos lençóis, eu e tu
Só nós os dois
Ele não irá saber
Não lhe precisas dizer
Faz amor comigo, minha doce amada
Toda a noite, e toda a madrugada
Quero-te assim, colada a mim
Quero-te aqui, só pra mim (...)
Toca-me onde mais ninguém toca
Beija-me onde ninguém antes beijou
Quero ser a tua cobaia sexual
Beijar cada milímetro do teu corpo sensual
Meu amor secreto, minha dama do ghetto, meu par perfeito, sem ti sou incompleto (...)
Grita, chora, geme, sente 
Faz o que te vai na mente..


Tudo o que fizemos pareceu tanto. Quantos anos teria? Treze, catorze, quinze. Sim, foi isto.
Ainda aos quinze anos, traí o meu namorado com ele. E isto aconteceu há quanto tempo? No máximo há meio ano. Como posso fingir que já passou? Como é que, mais que isso, posso acreditar?

05/12/2010

J. #9

Por algum motivo, o cigarro e a música levam-me mais longe, e conjugados fazem magia no meu mundo. Cá dentro.
É como se me entrasse nas veias, mais que no cérebro ou nos pulmões, consome-me, bem como as tuas palavras. Quando cresci mais um bocado, percebi aquilo que todos sabem: o ser humano e a perfeição não estão nunca no mesmo campo. Mas seres perfeitinho é diferente. É aceitar os teus defeitos e amá-los por serem parte de ti, porque em ti não há um pedacinho que não ame.
Derretes-me, enlouqueces-me, fazes-me amar-te. Tens o teu jeito e as tuas manias e tudo o que é parte de ti já é parte de mim. Desapareceres era aparecer um vazio em mim. Não quero que desapareças nunca e tudo o que digo não é mais que a verdade, nunca foi.
Não somos perfeitos, somos perfeitinhos, e tudo se transforma quando estás, deixas-me mais viva por dentro.
Tu - só tu, mesmo que sem cigarros ou música - dás asas à minha imaginação, fazes-me querer ficar acordada toda a noite para sonhar de olhos abertos, sonhar que os tenho fechados e que estás aqui comigo, que os nossos beijos são mais que palavras e que o desejo podia ser saciado. És a minha história de amor, a minha preferida.
Nunca deixes de me dar a mão, meu amor.


Vamos fazer amor todas as noites e casar toda a vida 

30/11/2010

uma vez mais

O meu mundo parou.
Fiquei recostada na porta do elevador aberta, as luzes e uma música que não conseguia ouvir porque perdera os sentidos.
Eras a última pessoa que esperava ver. Eras a melhor prenda que podia receber, no entanto.
As lágrimas surgiram sem mais nem menos. A tua presença, a tua figura, o tempo que passou e que, ali percebi, afinal eu tinha sentido. Não foi assim tão depressa. Já nem me lembro da nossa data, dá para acreditar? Por esta altura, estaríamos juntos há talvez oito meses. O tempo corre, escorre, veloz. Demasiado.
E depois atirei-me para cima de ti, abracei-te e recebi sem hesitação, eu senti, o teu abraço. Eu senti, D., eu senti que o mundo parou. Juro. Não existia mais nada, percebi o verdadeiro significado do "Só nós existimos". Percebi hoje, contigo.
Não esperava sequer uma mensagem de parabéns. Fizeste tanto mais que isso.
Fizeste da minha irmã cúmplice e reapareceste daquele lugar onde tinhas ido e pensei que nunca mais voltarias.
Com o saco daquele presente planeado desde o Verão.
Não tenho palavras.
Ainda estou assim, meia parada meia em rotação com a Terra.
Obrigada.
Muito sinceramente, obrigada.

29/11/2010

Holofotes

Não é uma sensação incrível, ser aniversariante? 
Todos se reúnem por um motivo que tem o teu nome. Há um jantar e há a família e os Parabéns à volta da mesa, há um ou outro embrulho que é uma surpresa e mesmo quando é fácil adivinhar, a minha cara de surpresa é sempre a mesma porque não é a satisfação do que descubro que me preenche, é a presença e a ânsia e o receio de quem me rodeia.
E há sempre aquela noite que há-de ser nossa, minha e vossa, saio de casa e vou divertir-me para qualquer lugar onde haja música, álcool e qualquer coisa que se fume (mas principalmente a música) pela noite dentro (e pela noite dentro), para chegar seja a que horas for, ninguém se importa nem pode importar porque agora eu já vivi mais 365 dias e sei mais 365 coisas. [Resulta na perfeição. Se ontem era sexta-feira e pedi para sair, mas hoje é sábado e tenho oficialmente um ano a mais, já tudo muda, já sou mais madura e já sei muito mais da vida que ontem. Pois (...) resulta na perfeição]
Não é que eu ame os holofotes, porque não amo. Chamar a atenção não é, definitivamente, o meu ponto forte. Na verdade, as minhas bochechas ficam ainda mais rosadas e o meu olhar procura alguma salvação (que nunca aparece) em redor mas sem mover a cabeça um milímetro que seja. É assim que reajo.
Mas gosto disto: de ser um pretexto para todos estarem felizes, ser por um dia a lembrança de que amigos, família, (e a namorada ou o namorado) são aqueles de quem devemos cuidar porque gostamos. 
Gosto disso, não dos holofotes. 

27/11/2010

Shiu

Às vezes podias calar-te um bocado. Adoro em ti que nunca te canses de dizer mais qualquer coisa. Que seja a vida lá no sítio, o amigo de meio mundo, o não-sei-quê-do-plástico que a tua mãe te chama. Adoro a tua energia, o teu ninguém me pára nunca, adoro o teu sorriso fresco e perfeito.
Mas às vezes, podias calar-te um bocado. É que há, como em todas as moedas e quase tudo na vida - não querendo arriscar dizer tudo - o lado mau disso em ti.
É que às vezes, parece que estás de tal forma descosido que até aquilo que devia ficar... se vai.
E tu sabes àquilo a que me refiro, quem sabe se não saberás até que situação mais me magoou.
É que quando formos casados e souberes tudo o que ando a fazer pela casa e pelo emprego e pelas ruas e aquilo que cozinho e a forma como durmo e souberes que às vezes, quando estou muito, muito cansada não lavo os dentes antes de me deitar ou às vezes, de manhã, basta estar com um bocadinho mais de pressa, não me penteio e disso nem quero saber; quando souberes isto tudo, não quero que todos os outros saibam também.
Está bem?


Amo-te.

23/11/2010

J. #8

- Sabes que às vezes, quando estou contigo, o teu cheiro fica na minha roupa?


Depois, quando te vais, sei que te vou encontrar em mim própria. Às vezes ando louca numa desesperada procura de um pouco de ti entre os meus tecidos ou cabelos. Às vezes, mordo os lábios na tentativa de agarrar um pouco do nosso último beijo. Às vezes penso que te vou achar quando menos esperar mas enquanto isso espero-te. 
E o que me sabe a chocolate é quando, depois de desistir e de já aceitar que só o dia de amanhã te trará de volta, a tua essência se cruza no meu caminho.
Como dois estranhos que se esbarram e, em slow motion, descobrem a paixão.
Como o momento do filme em que ele morre e ela lhe agarra a mão.
Como o hate sex das séries e, espero eu da vida real, que sempre é amor.


É assim, quando sinto o teu cheiro. E quando se vai, procuro-o outra vez em mim mas já se foi, tu já foste, mas fica aquela sensação de frescura que só tu sabes provocar. E gosto-te, e desejo-te, e amo-te e quero-te ali. Mas só a tua essência repentina ou o amanhã te trará de volta.
Então fico-me desistente, como se outra coisa uma mente apaixonada pudesse ser.

as loiras dominam o mundo e eu.. saí morena

Mas quem era aquela porra daquela loira pendurada no ombro daquele pedaço de mau caminho que ainda no outro dia era meu?
Não é que me importe mas sinceramente, escusava de ter o descaramento de o fazer ali, no meio do café onde estávamos os dois, quase frente a frente, mais um bocadinho estávamos a almoçar juntos.
Estas loiras de hoje em dia..


P.S. Expressões em itálico têm direitos de autor: elas

22/11/2010

o que é a morte?

Descobri, finalmente!, o blog do FR.
É fantástico ler as coisas dele. Descobre-se tanto. Descobre-se uma vida inteira com palavras que se postam na net para que, quem vier e tiver paciência - ou curiosidade, como uns e outros como eu - nos dispa e saiba de tudo.
O meu blog está no sigilo dos deuses mas não o dele, o dele qualquer pessoa pode ler porque ele não esconde que o tem. 10-0 para o FR.
O título é plagiado, o título é dele.
talvez não devesse fazer isto , mas queira ou não, vou fazer publicidade, porque gostando dele ou não (e até é simpático) acho que os textos dele merecem publicidade. E por os ter lido sinto-me quase obrigada a tê-los em conta amanhã, e depois, e depois, porque não me vou fartar de o seguir, cá no meu canto, sem deixar rasto, sempre discreta, e que se lixe que ele, com isto, me esteja a dar 20-0.
E de volta ao título, o que é a morte?
Na verdade, eu preferia, ao contrário dele, saber responder à pergunta em vez de lhe dar um rumo oposto e falar da vida e, perseguindo-a, do seu fim. Até porque, para início de conversa, eu não considero a morte um "triste fim". E a pergunta "Porque vivemos? Faz sentido?" Para mim, a vida faz todo o sentido. Na verdade, nada faz tanto sentido, já que a vida é o sentido da nossa existência. Estamos aqui para ocupar espaço, para consumir, poluir, dar pontapés na economia, estamos aqui para ser felizes ou infelizes, fazemos diferença à nossa volta, fazemos diferença por onde passamos, fazemos diferença e faz diferença cada gesto. Nós estamos aqui e o sentido disso não é fazer história. Quem não gostava de fazer história, ser grande, ser gigante, quem não gostava de ser um ícone? Quem faz história aparece nos grandes livros e nós, estudantes, estudamos esses durante gerações. Sinceramente, quem faz história teve uma boa vida mas é uma chatice para mim, agora. A história que os outros fizeram é um fardo do caraças. 


Segundo o meu primo de oito anos, a morte é uma estrela brilhante no céu.
Segundo a minha mãe, a morte é a nossa energia transformada noutra coisa qualquer que não gente. Talvez vento, talvez ondas.
Segundo o Zé, é um estado a seguir. E quem sabe mais?
Segundo a Mag é uma coisa escura e sinistra como aquelas figuras do Harry Potter.


Concordo com ele quando diz que uma vida longa não é sinónimo de completa nem uma vida curta é sinónimo de incompleta. Eu sinto-me quase completa, o que me falta já a coisa escura e sinistra do Harry Potter levou, já se encontra num estado a seguir à vida, já é ondas ou vento ou, a minha teoria preferida, é uma estrela brilhante no céu. E tretas à parte, a morte é muito mais que uma definição. Mas, tretas filosóficas à parte, todos temos algo a dizer sobre isso.


E, para mim, a morte é sim uma estrela brilhante no céu, meu anjo pequenino. A morte é um sítio seguro onde se ganha um bocadinho mais de poder sobre a vida dos que amamos e então cuidamos.
Nunca vi ninguém que não se queixe da vida. Eu própria, e quase tenho vergonha de o dizer, já me queixei da vida. Não é que a minha felicidade resida na tristeza dos outros, mas sinto tantas vezes que vivo nas nuvens.
Raros são os momentos em que me sinto sete palmos abaixo da terra. Sinto-me quase sempre nove metros acima das estrelas. E quem se queixa da vida todos os dias dá-me cabo do juízo. Quem não gosta da vida que leva que se mova, que aja, e, ainda que o espaço de manobra seja estreito, que se chegue para lá um bocadinho, porque na mente não há paredes, o estreito não existe. E, como é sabido por todos, é na mente que tudo começa.
Não o devia ter criticado por ter fugido ao assunto, também eu fugi para muito mais longe.
Algo é certo: a morte não é o triste fim. Poderá ser, na pior das hipóteses, lenços e anti-depressivos na vida daqueles em que o morto fez história. 
Mas a morte não é o triste fim nem a vida é um sem-sentido.

18/11/2010

tive saudades tuas, principe

Fiquei mesmo eufórica!

Sentia saudades tuas de uma maneira diferente.
Normalmente, quando chegas do trabalho, sinto ainda bem que aqui estás, abraça-te a mim e nunca mais me largues. Mas não hoje.
Hoje, só queria agarrar-te e andar à porrada contigo, trocar beijos asfixiantes, jogar às escondidas, fazer torradas e leite quente, ver séries divertidas e tudo o mais. Logo hoje que me disseste que não sentes as pernas.
Mas ia chatear-te até à exaustão, tanto, tanto que ias desejar que eu sentisse a pouca energia que tu estavas a sentir para que caísse a dormir. Mas não. E ias estar tão farto que ias adormecer e a tua serenidade seria a minha finalmente. 


E também eu adormecia, abraçada a ti, para nunca mais te largar.

16/11/2010

what if

Então, e se hoje fosse o último dia? Ou amanhã?
e se o futuro fosse uma dimensão inexistente e o meu passado fossem memórias esbatidas na mente de quem foi parte da minha vida?
(...)
E depois descia as ruas mais um vez, e sentava-me na esplanada onde o J. já me esperava, com os amigos. Não fumava à frente deles, nunca o faço, dizia-lhe como sempre num sussurro "podes vir ali atrás comigo?" e ele, cedente aos meus caprichos, iria. Então ia beijá-lo até não dizer chega e ia dizer-lhe que, de verdade, o meu sonho é casar contigo, que chegasse o dia em que te ajoelhas à minha frente, e dessa vez seria a sério, com uma pequena caixa elegante e depois do "Queres casar comigo?" ias abri-la e um pequeno anel prateado, discreto, simples, ia brilhar lá dentro com quase tanta intensidade como o nosso amor faz brilhar os meus olhos. E sentir a emoção que é, ao entrar de branco num altar onde seria a mais bonita, ver lá ao fundo o homem da minha vida que és tu, num smoking preto elegante a assentar-te perfeitamente, e pensar que é hoje o dia em que serás meu para sempre e para sempre serei tua, que agora sei que todos os sonhos que idealizámos eram o rascunho do nosso futuro e que é ainda mais mágico do que pensava. E quando a minha aliança deslizar e a tua também, estaríamos unidos para sempre. No papel, no acessório. Porque unidos para sempre, já estamos hoje. E amo-te como a ninguém.
E dir-te-ia que sim, estou sensível e pirosa, que deve ser do período.
E por fim teria que lhe dar um último beijo, sem que nenhuma lágrima escorresse, sem que nenhum gesto a mais existisse. E porque amanhã nos vemos: até amanhã.
(...)
E jantava, passeava o meu cão, dava-lhe muitos beijinhos e pedia que sempre tomasse conta das minhas irmãs, e beijava cada um deles e diria "Boa noite". E, de um modo ou de outro, depois de muito sonhar como seria voltar a Viana, depois de acabados os cigarros e as músicas do mp3 terem dado inúmeras voltas, ia deslizar para um outro mundo paralelo ao nosso. Não o dos sonhos... outro.
Aquele onde tu estás, Pai.                                                           A vida é rápida demais.












P.S. Este blog tem imagens lindíssimas >

11/11/2010

outra vez?

parece que sim. terceira consecutiva. talvez seja verdade, mas as manhas conheço-as eu bem. talvez isso faça de mim demasiado desconfiada, mas não me parece o caso. talvez o exagero esteja, mais uma vez, a apoderar-se de mim. talvez ele não seja o mau da fita que eu estou a pensar, neste momento, porque em todos os outros ele é o protagonista do meu romance.
ou talvez ele seja mesmo o mau da fita e nada do que me disse seja verdade, e isto seja mesmo a farsa como eu fazia as minhas e, venha a igreja, talvez tudo isto seja castigo de Deus pelos pecados que cometi. devia ter-me confessado. talvez não seja exagero meu, talvez seja tal e qual o que estou a pensar.
estou farta de ficar assim. os seis anos de diferença sempre se notam. não só no facto de ele trabalhar e eu não; de os amigos dele terem carro e ele não.
há coisas que nos distinguem e, se quem de fora visse e se baseasse nelas, diria que eu tinha a sua idade e ele a minha. a independência dele é a mesma da de um doente a respirar graças às máquinas. ele está apenas um ano à minha frente na escola (tanta merda que andou a fazer, tanto tempo que perdeu nem sei bem como..) e todas as mentiras que conta. Isso distingue-nos.
E tudo isto ele, com mais ou menos esforço, podia mudar. mas mudar para quê? ele é ele.
e eu não sou ninguém para alterar um risco que seja da pintura.

10/11/2010

J. #7

Só.. nunca me deixes ir, está bem? Eu queria que isto durasse para sempre ©

09/11/2010

J. #6

                                                         Não me desiludas nunca mais

08/11/2010

sincero demais, longo demais e no entanto, não chega pra explicar

Não é culpa minha.
Não escolhi amar-te e querer amar-te para sempre.
Só quero a tua sinceridade.
Detesto tentar irromper a tua alma e não conseguir; olhar-te nos olhos e não ver mais nada que azul. Nunca te consegui trespassar, e isso encanta-me e sufoca-me.
Queria ver tanto mais que isso. Podia desconhecer tudo o resto, só queria ser capaz de distinguir a verdade da mentira. A fachada da sinceridade.
É isto que sou. Sou pouco mas o pouco que sou é teu. E não tenho absolutamente mais nada pra te dar e nada do que tens te vou tirar.
Não suporto a ideia de não te ter. O teu ser está em mim, é parte de mim. Respiro a tua alma, vivo dela, sou feliz se és feliz e não sou se não o fores.
Viver sem ti não cabe dentro de mim. Pode ser porque sem ti fico pequena demais para que seja o que for caiba em mim; ou porque é uma dor grande de mais para mim. Não é ciência, é mais complicado, e é um segredo que espero nunca ter que desvendar. Que fique fechado a sete chaves para o resto das nossas vidas.
Os meus desejos vão durar uma vida: Desejo viver contigo tudo aquilo que com mais ninguém faria sentido. Desejo fazer amor contigo, desejo passar dias e dias a teu lado, saber que vais sempre voltar, desejo sentir daqui a vinte anos a mesma paixão que sinto hoje, desejo que o amor tenha crescido tanto que lhe perdi a noção. Desejo viajar contigo, descobrir o desconhecido. Contigo.
As promessas que te faço são eternas: Prometo cuidar-te, prometo dar sempre o melhor de mim, prometo viver tudo o que hoje sonhamos se quiseres viver comigo estes sonhos. Prometo deixar-te ir se assim decidires, prometo ser-te sempre sincera, prometo procurar sempre uma solução, prometo ser feliz contigo. Prometo tentar não te cansar, prometo tentar fazer-te feliz, prometo tentar dar-te o melhor deste mundo, prometo tentar resolver os teus problemas como se fossem meus e viver a tua felicidade como minha.
Prometo amar-te, para sempre.



01/11/2010

Bairro Alto

Oh deus não, com aquela gente mais não.
Teria sido excelente - com outras pessoas.

30/10/2010

a noite foi longa e eu nem me lembro de ela ter passado

Desde as duas da tarde que a vontade de sair nos estava a consumir.
Tivemos um dia longo. Saídas das aulas, fomos directamente para a paragem onde iríamos apanhar a 114: destino Amadora. Uma carga de água, cabelos e roupa encharcados, tal e qual saídos de um banho mas esquecidas de que nos devíamos ter despido.
137: destino Dolce Vita Tejo.
Claro que foi bom, sempre é, mas cansou e quando finalmente chegámos à terra delas já estava escuro e ameaçava chover. Felizmente, enquanto eu esperei pelo meu autocarro não choveu.
Só que ele ignorou-me, então corri tudo até lá abaixo porque caso contrário só chegaria a casa às oito e meia da noite. A morrer de asma, calor e frio ao mesmo tempo e a desejar matar o condutor, consegui - com bastante sucesso, até - apanhar o meu autocarro e chegar a casa.
Casa. Banho, jantar, passear o cão, e pronto, já estávamos na casa da C. de onde saímos.
Noite, música, rapazes. Um ofereceu-me uma rosa (que perdi). Amoroso. E de resto não me lembro. Sei que vomitei. Meu Deus, não quero que uma noite assim se repita, foi horrível e sei muito bem que lhes estraguei a noite porque quanto isso aconteceu à C. eu fiquei com vontade de a matar.
No final da noite, vinha eu a morrer e a Di., que veio cá dormir (e que por acaso eu beijei no bar. Porque ela decidiu dizer aos rapazes que nós somos namorados porque eles se estavam a atirar que nem loucos, e um dele agarrou-se à minha cintura, pelas costas e disse, beijem-se, vá, eu gosto de ver. E tanto me chateou que me fartei e lhe dei um beijo. Sem língua. Nada que me faça sentir culpada pelo J. porque só me irritei, a Di. é minha amiga e - ainda que ela seja bi - não sentimos absolutamente nada amoroso uma pela outra) bastante alegre.
A cereja no topo do bolo foi a minha irmã ter deixado a chave do outro lado da porta, o que faz com que eu não entre. Faz sempre o mesmo, e desta vez disse-lhe expressamente que não deixasse mas de que adiantou? De nada. Dormimos naquelas escadas de mármore até às sete da manhã. Ela dormiu bem, mas eu estava sempre a acordar, a telefonar à M., cheia de frio. Sete horas pareceu-me razoável. Toquei à campainha e a minha mãe abriu logo. Ela é louca: com sono, nunca repara que estou bêbeda e esta vez não foi excepção. Palavra do Senhor: Graças a Deus - acho que fiquei viciada na missa.
Então finalmente ela pôde fazer chichi, eu pude meter-me dentro de roupas e mais roupas e mantas, na cama, finalmente na cama, a dormir até às três da tarde.
E assim foi.

27/10/2010

Madonna

Se eu escrevesse tudo o que gostava de fazer contigo neste momento
tinha que arranjar aquela bolinha vermelha no canto superior direito, que deixar esclarecido que este blog contém linguagem que pode ferir os mais sensíveis e que o esconder tão bem que nem eu própria podia encontrá-lo nos meus dias de maior pureza.


Por isso, vou limitar-me a dizer que primeiro expulsava todos cá de casa (como, com muito orgulho digo que já fiz uma vez), depois esperava que anoitecesse, depois acendia um cigarro, telefonava-te. E quando tu chegasses já outro cigarro estava nos meus lábios, aceso, e ia fumá-lo calmamente até ao fim - que sabe tão bem quando sentada no sofá.
E depois arrastar-te-ia para o meu quarto, ia atirar-te para a minha cama e tirar-te cada peça de roupa, ia beijar cada pormenor teu e sentir a tua alma tão bem como ia sentir o teu corpo. Ia estar escuro e ia amar-te de uma maneira como nunca antes amei.
E por fim cedia: faz amor comigo, J.

(just) like a virgin.

Palavra do Senhor: Graças a Deus

Beijamo-nos em frente à igreja. Pouco lhe importa. Na verdade, deita-me naquela pedra fria, e ainda não são sete da noite já está muito escuro na rua. É fácil deseja-lo num momento assim. Os meus olhos dedicavam-se única e exclusivamente a ele: ele querido, ele ali, ele lindo, ele e eu. Nós.
Quis sentir a pele dele - como se a primeira e única vez. Mas só o beijei - rua, igreja, pressa. Tanta coisa a impedir-nos que parecia a sina a não querer que te amasse.
Sei que não. Sei que ao destino, aquele em que não acredito mas vivo em, nada devo. Esse fez quase tudo bem.
O J. apareceu e eu apaixonei-me. Pronto, já está.
Quero casar com ele - e há tanto tempo que não sentia nada assim - e quero ter uma casa, filhos, cães. Uma vida!
Mas antes disso - muito antes - quero que se solte do meu coração, que parece estar amarrado no meu coração, a tentar libertar-se mas, por qualquer coisa, não se solta: amo-te.

Desejo-te tanto. Quero abraçar-te, beijar-te, mas não é só. É muito mais.
Quero que sejamos um só - faz amor comigo, J.Du

25/10/2010

J. #5

Hey!
Vem.
Senta-te aqui.
Deixa-me encostar-me a ti. Pendurar-me em ti.
Deixar-me segredar-te que: te quero amar.
Vem.
Mais perto.
Deixa que os meus lábios pousem nos teus.
Deixa a memória chegar,
daquele dia em que os senti pela primeira vez
o tanto que me deste com tão pouco
era o tudo que podia pedir.
Vem.
Abraça-me.
Quero pousar os meus braços em ti.
Deixar todo o meu peso no teu próprio peso,
deixar-me desfalecer.
Vem.
Vive este sonho comigo
Passeia comigo neste mundo imperfeito
Que,
segundo as minhas convicções,
é das imperfeições que o amor nasce.
E no entanto, tudo em ti é perfeito
e o amor nasceu ainda assim.
Eu não sei.
As minhas convicções - como tudo em mim - estão um pouco desarrumadas.
Quero lá saber.
Só sei que
quero que venhas
que te sentes
que me beijes
que me abraces.
Que vivas este sonho comigo
e que nunca me deixes a sonhar sozinha.

Hey!
i love you

J. #4

(Era o mesmo sítio de sempre.
A igreja, a estrada, as pessoas, tudo.
Só que naquele dia ele estava diferente. Ou eu estava. Algo estava. Em nós.
Era a hora do costume.
Sete e meia, já se começava a notar os dias a tornarem-se mais curtos.

O mesmo sítio de sempre e nós - felizmente - os mesmos de sempre.
O J. bonito e eu com ele, vá-se lá saber porquê, eu feliz e ele não sei, parece mas não posso saber. Só a ele diz respeito. Quero acreditar que também vive esta alegria comigo.)

Quis puxar-te para mim - e quis que mais ninguém ali estivesse.
Quis sentir a tua pele - mas só me permitiste o doce do teu pescoço.
Quis beijar-te o corpo todo - mas os teus lábios já me satisfazem.
Quis pecar - e o meu pensamento pecou por breves instantes.


(e então a 108 chegou, e eu fui embora, e deixei-te mas trouxe os sonhos comigo. e espero beijar-te amanhã).








24/10/2010

J. #3

Enches-me a alma.
Desde sempre. Desde o primeiríssimo dia. 
Desde que, sem saberes quem sou ou um milésimo de mim, me fizeste sorrir. Rir. Me encantaste.


Como se me despisses ali, no primeiro instante, e descobrisses tudo de mim. 
Num ápice. Nem eu soube que acontecera. Hoje sei. Aconteceu ali.


Enches-me de vida.
Preencheste-me de uma maneira que agora, sem ti, me ia sentir vazia.
Não quero não te ter.
É isto que é: é amor. AMO-TE. Acho eu. Mas eu sei lá. Que posso saber? 
Só sei que tu és tu: genuíno. E de mim pouco sei: sinto-me deliciada.
E também sei que és um mundo - como tu dizes que são as malas das mulheres.
Mas és um mundo melhor.


Faltam-me as palavras. É terrível quando acontece. Se me faltam palavras, falta-me tudo. Menos ele. Sinto o corpo tão cheio de tudo o que quero dizer e nada se escapa.


P.S. Faz amor comigo.

22/10/2010

20/10/2010

ao som de

A fuego lento tu mirada..


Quero dias de sol no inverno, de olhos fechados a derreter-nos.
Quero a música tão alto que não oiço nada em meu redor.
Quero adormecer sentada à mesa da sala de aula.
Quero acabar o meu romance. Quero que uma e outra editora o recuse. E outra. E outra. E outra. Até que o aceitem.
Quero um furo no horário e ficar noventa minutos no café.
Quero uma noite louca, o DJ a coordenar todos os meus passos descoordenados.
Quero mil euros.
Quero chouriço em chamas no terraço.
Quero uma tatuagem nova.
Quero um cigarro depois de educação física.
Quero o meu melhor amigo e uma viagem.
Quero Londres.
Quero recuperar a sensação de entrar naquele ginásio.
Quero Disneyland pela primeira vez e apreciar tudo como se voltasse aos meus cinco anos.
Quero algodão doce, as festas da Sra. D'Agonia, o cheiro a farturas, a tradicional loucura de Viana.
Quero uma mota, uma casa, um part-time e um cartão de crédito.
Quero deixar o rádio-despertador ligado à sexta, sem querer.

Mas, antes de tudo isto,
quero-te. Quero-te muito.

"Vamos fraguando esta locura, con la fuerza de los vientos y el sabor de la ternura"

19/10/2010

nada a fazer

É assim que funciona. Os gestos são o maior reflexo dos nossos sentimentos.


As pessoas beijam quando gostam, batem quando não gostam, choram quando estão tristes, desprezam quando  precisam de atenção, riem quando estão felizes, roem as unhas quando estão nervosas, partem coisas quando estão irritadas, brindam quando festejam, abraçam com força quando estão muito felizes ou quando sentem muitas saudades prévias, gritam com medo, tremem com frio, apoiam a cabeça na mão se é tudo uma seca eterna, sorriem com leveza se estão agradecidos, choram de alegria se matam saudades ou ouvem coisas bonitas.
As pessoas dão tudo quando amam.


É assim que funciona, e eu gosto e felizmente, não há nada a fazer. 

18/10/2010

te amo

Pousei os livros e a mala com um estrondo.
Abracei-o, eu de pé e ele já sentado no muro de tijolo. Que saudades.
Abri o fecho de dentro da mala e o maço de cigarros. Sabia que era o último. Tirei também o isqueiro. Ele acendeu-me o cigarro, naquela poderosa sensação de "agora és a minha puta", disse-mo e riu-se.
Fechei os olhos: primeiro bafo. Até amanhã, não tenho mais tabaco.
Fechei os olhos: segundo bafo.
Ele deitou-me, beijou-me e deixou-me deitada.
Fechei os olhos: terceiro bafo.
Voltei a levantar-me, estendi uma perna em cima das dele. Quarto bafo, no vislumbre da figura linda que ele é: a pele macia da barba feita na noite passada, os olhos azuis e profundos, os lábios claros carnudos e os dentes perfeitamente alinhados e brancos.
E então ele falou:
- E se te dissesse agora que te amo?
- Treta.
- Não podias dizer nada mais simpático?
- Não, é a verdade.
- É que eu amo-te. Amo-te mesmo. Quero ficar contigo para sempre.


Fechei os olhos: quinto bafo.

16/10/2010

Coisas da vida

Há coisas na vida que não se explicam.

Que numa sala cheia de gente e um microfone na mão não nos é possível dizer. São coisas que se sentem - ponto final - e que com um olhar, um gesto, um abraço, um segredo ínfimo guardado só só entre alguém e outrem deixam a promessa do amor eterno.

Há coisa que sabemos e sem mais que nada, dizemos. Como amar. 

Amo-te tia. Que daqui a 40 anos seja tudo quarenta vezes melhor.

14/10/2010

quando dissermos "nosso"..

.. vai ser esplêndido. Vai ser um aperto no coração, um esboço de sorriso, uma doce agonia.. Quando as minhas chaves de casa forem iguais às tuas. E subirmos todos os dias no mesmo elevador. E adormecermos no mesmo sofá. E fizermos amor na nossa cama.
Só que vamos ter que deixar a promessa:
sempre te darei o teu espaço; sempre me vais dar o meu.
Porque quero estar contigo e quero partilhar tudo na minha vida contigo, mas há uma parte de mim que não quero partilhar nunca com ninguém: esta parte. As palavras, a solidão de um cigarro, uma música a entrar no meu corpo - e depois podes voltar.
Abre-me a porta que eu ponho-te a mesa. Lava a loiça que eu passeio o cão. Seduz-me que eu faço amor contigo. 
Ama-me... que eu Amo-te.

12/10/2010

used to be

  É incrível. Como as coisas podem mudar conforme os tempos mudam, e, mais incrível ainda, como as coisas podem mudar sem que o tempo passe.

Há tão pouco tempo o D. era - ainda que conhecendo os seus piores defeitos - a pessoa com quem tinha uma vontade enorme de estar. E, de repente, só o quero ver longe, e quando passa por mim nem quer saber, ignora-me na rua, deixa-me sozinha a fumar o meu cigarro, deixa-me sozinha à chuva, à espera que o autocarro, finalmente, decida passar. À espera que eu fique assim, só para sempre...
E eu deixo-me ficar. Não estou só. 
Tenho a minha música. Os phones deixam o Eddie Vedder dizer que eu estou a desmoronar mas eu sei que não. Sinto-me no auge. Sinto-me bem.
Tenho o meu cigarro, que se consome aos poucos, que não se deixa apagar pela chuva, o cigarro que eu beijo de segundos a segundos.
E ainda o tenho a ele que, sem saber, quando se passeia assim à minha frente, como quem para mim cegou, me torna mais visível que sempre.

11/10/2010

Quase Perfeito

Não sei como é que algum dia lá vou chegar.. mas vou trabalhar nisso sempre que puder até que fique quase perfeito, até que o possa trazer e dizer: canta ao som do meu piano!


Se o J. me pede, eu tento até à exaustão.
E é nestes momentos que me arrependo de ter desistido.



Long Nights, Eddie Vedder

"Long nights allow me to feel
I'm falling
I am falling
The lights go out
Let me feel
T'm falling
I am falling safely to the ground"                           Eddie Vedder

Que é que se passa nesta casa que costumava ser lar, com estas pessoas que costumavam ser família? Sempre foi assim e eu só me apercebo agora? Ou começou a mudar agora?

10/10/2010

09/10/2010

J. #1

Adorava ter aqui o J., comigo no sofá. A televisão ligada mas sem som, a música de excelente qualidade na aparelhagem com o volume baixo, enroscados em nós mesmos e um no outro e nas mantas, quem sabe um copo de leite quente com chocolate, beijos e abraços e ainda que com frio íamos tirar a roupa, íamos amar despidos e depois, já vestidos, já cansados e um pouco mais apaixonados, íamos adormecer na minha cama, mesmo bem, até que a manhã se fizesse lá fora e nós, ainda quentes de amor, íamos dormir mais um bocado.

Tattoo

Queria fazer uma tatuagem nova. Estava a pensar na parte de dentro do lábio inferior.
Talvez "Joy" ou "Living Life", mas ainda é uma hipótese muito vaga.


Opiniões?

07/10/2010

do verão ao inverno vai um palmo e meio de amor






Então? Posso ter-te para sempre? Podemos casar como disseste? Viver todos esses planos que traçámos? Viver juntos noites quentes e depois gélidas, viver manhãs claras e depois de nevoeiro? Podemos ter aqueles dois cães e aqueles dois putos que vão ter os teus olhos e o teu cabelo? Podemos fazer amor toda a noite? Posso ver-te brilhar quando realizares os teus sonhos, podes ver-me brilhar quando realizar os meus? Posso amar-te quando tiveres os óculos postos e quando os tirares? Posso, antes disso, amar-te? Posso dizer-te que tens o sorriso mais perfeito que já testemunhei? Podes amar-me quando pintar as unhas de preto e quando as pintar de cor-de-laranja? Antes disso, podes amar-me? Podemos amar-nos? Podes tentar sufocar-me debaixo dos lençóis quando só quero ser sufocada por ti? Podes sufocar-me de beijos e abraços? Podes dar-me o meu espaço se me apetecer? Posso dizer-te que estás mais bonito hoje que ontem? E menos que amanhã? Posso confessar que fazes parte do meu ideal de vida e que és ainda mais do que esperava?
Posso dizer que rebentaste com a minha expectativa? Podemos ser um só?






Então? Posso ter-te para sempre?



05/10/2010

Porque vais?

Levantei-me da cadeira e abracei-te porque mais nada soube fazer. Não soube apoiar-te e dizer-te que te vais safar, que vai correr tudo bem e que assim pode ser que ganhes juízo.
Levantei-me, abracei-te, chorei e perguntei-te? "Porquê? Eu não quero".
Guarda é muito longe, é muito longe da rua ali à frente que foi onde moraste durante todos estes anos, mesmo ao meu lado. Quando é que volto a apanhar o autocarro contigo, logo de manhãzinha? Ver-te fumar o teu cigarro e com um enorme desejo pelo meu.
Porra. Puseste-me a ver pornografia aos oito anos. Tu. Deste-me boleia durante os meses consecutivos em que o meu pai esteve doente e, ao assistires à minha alegria quando no carro a tua mãe punha aquele CD que eu adorava, ofereceste-mo nos anos. Quantas vezes viemos a pé até cá, quantas vezes apanhámos uma feliz boleia da minha irmã ou, noutros tempos, do meu pai? Naquela festa da escola quando andávamos no sexto ano ou coisa que o valha, eu tinha dançado com aquele rapaz e tu vieste toda a viagem a cantarolar "Love is in the air, la la la.." , e fiquei mesmo lixada contigo mas não podia espancar-te ali.
Num Natal, oferecemos à tua família um enorme cabaz cheio de coisas boas que me confessaste ter acabado poucos dias depois.
- Queres ir ali fumar um cigarro comigo?
- Vamos.
Contou-me que o pai tinha posto um detective atrás dele e lhe tinha mostrado as fotografias dele com o pessoal dele a enrolar ganzas, a fumá-las. A viver, que mal terá? Claro que um pai não quer que um filho o faça, mas claro que há quem o faça e se todos fossem recambiados para a Guarda já não cabia lá mais ninguém.
Dei-lhe outro abraço longo. Muito longo. O J. também estava lá e mais gente foi aparecendo. Não amigos dele, mas amigos do J. Uns vinham e uns iam, a consolar-me mas eu não queria consolo. Eu queria que ele não se fosse embora.
- Ganha juízo, está bem?
- Claro. Mas não fiques assim, é tudo o que te peço.
Acenei que sim mas fiquei, chorei mais porque hoje, ele já está na Guarda há umas quantas horas.
Porque ele deixou de estar na rua ao meu lado, para estar tão longe...


Miss you

03/10/2010

Cigarros & Rock n' Roll

Quando abri os olhos, já a luz do dia irrompia pelo meu quarto e o frio também.
Merda!, deixei a porra da janela aberta a noite toda. O meu corpo estava gelado, ainda que estivesse metida numa cama pequena com um homem grande e tapada até ao pescoço.
Merda, merda, merda!
- Bom dia, meu amor.
Estava de costas para ele, que me abraçava pela cintura. Não podia pedir mais nada naquela manhã para além do seu toque, que já me levava ao céu. Mas ele deu-me muito mais.
Senti-o levantar-se mas nem me dei ao trabalho de olhar. Manhã é manhã. Ouvi um isqueiro e ouvi-o dar um bafo no cigarro.
Deitou-se de novo e estendeu-me o cigarro. Peguei nele e sorri.
- Bom dia, meu amor.

E agora: se há coisa que me mata é este homem do x-factor. Minha nossa Aaron! Casava-me contigo se me desses cigarros na cama como o meu J. faz.